O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou ataques aéreos contra três centrais nucleares de alta relevância no Irã: Fordow, Natanz e Isfahan. Essa operação marca um momento de grande tensão entre os dois países, focando diretamente em instalações consideradas essenciais para o desenvolvimento nuclear iraniano.
Usina de Fordow: proteção máxima sob as montanhas
Situada próximo à cidade sagrada de Qom, a usina de Fordow está oculta sob cerca de 90 metros de rocha. Esta proteção extrema transforma o complexo em uma das estruturas nucleares mais seguras do mundo. No local, estão instaladas aproximadamente 2.700 centrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio, com potencial de produzir material próximo ao grau militar segundo análises da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Por sua estrutura subterrânea, apenas munição especializada poderia causar danos significativos ao complexo. Apenas em 2009 o Irã reconheceu oficialmente a existência de Fordow, que vinha sendo construída desde os anos 2000.
Natanz: núcleo do enriquecimento de urânio iraniano
A usina de Natanz, localizada na província de Isfahan, representa o principal centro de enriquecimento de urânio do país. O complexo agrupa uma parte subterrânea com cerca de 13 mil centrífugas e uma área superficial, alvo de recentes ataques. Enquanto a seção subterrânea produz urânio de baixa pureza, a área superior opera com teores elevados, próximos ao limite para armas nucleares. Natanz foi alvo frequente de inspeções, mas desde a saída dos EUA do acordo nuclear em 2018, o acesso ao local tornou-se mais restrito.
Isfahan: processamento e estrutura militar estratégica
Diferente das demais, Isfahan não realiza o enriquecimento final de urânio, mas é responsável pela conversão do yellowcake em hexafluoreto de urânio (UF6), matéria-prima essencial para as demais usinas. O local também compreende fábricas de drones, uma base aérea e instalações militares de importância para a defesa nacional iraniana.
Impacto dos ataques
A investida contra estas três usinas foi planejada para enfraquecer capacidades técnicas e industriais do programa nuclear do Irã. Autoridades locais confirmaram que explosões aconteceram, principalmente em Fordow e Natanz. Ainda não há informações precisas sobre a extensão dos danos, mas o episódio é visto internacionalmente como um divisor de águas na relação entre Estados Unidos e Irã.