O suco de laranja produzido no Paraná enfrenta incertezas após o anúncio dos Estados Unidos de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, feito recentemente pelo presidente Donald Trump. Os Estados Unidos são o principal destino do suco de laranja de municípios como Paranavaí, que exportou US$ 10,9 milhões em produtos de janeiro a junho de 2025, segundo a Secretaria de Comércio Exterior.
Paulo Pratinha, empresário do setor, afirma que ainda é preciso acompanhar o desdobramento das tarifas. Ele destaca que o México, concorrente direto do Brasil, também será afetado, com tarifa de 30%. Pratinha acredita que o ajuste nos preços será necessário e o bom senso deve prevalecer para evitar que o produto chegue caro demais ao consumidor americano, impactando o crescimento das exportações brasileiras.
O Brasil responde por 34% da produção mundial de laranja e é líder em exportação de suco da fruta, representando 75% do comércio internacional. Atualmente, o suco brasileiro já paga US$ 415 por tonelada exportada aos EUA, somando de 15% a 20% do valor final. Com a nova tarifa, os impostos podem alcançar 70% do preço das exportações.
Com a possibilidade de redução das vendas aos EUA, Pratinha planeja ampliar as vendas para a Europa, que já consome parte da produção paranaense. Mesmo assim, ele acredita que o mercado americano continuará precisando do suco brasileiro.
As novas tarifas, previstas para entrarem em vigor em 1º de agosto, fazem parte de uma política mais rígida do governo americano sobre as relações comerciais, alegando desvantagem para os EUA. O governo brasileiro promete responder à medida conforme a Lei da Reciprocidade Econômica. Segundo especialistas, o aumento dos impostos pode tornar o produto brasileiro pouco competitivo, afetando a entrada de dólares no país e provocando a desvalorização do real.
