Especialistas alertam para riscos das opções de retaliação do Irã após ataque dos EUA

O recente bombardeio de instalações nucleares iranianas pelos Estados Unidos, anunciado pelo presidente Donald Trump, elevou consideravelmente a tensão no Oriente Médio. Autoridades do Irã afirmaram que reservam todas as opções de resposta para defender o país, mas especialistas destacam que a maioria dessas alternativas representa riscos extremos para o próprio regime iraniano.

Segundo Karim Sadjadpour, sênior do Carnegie Endowment for International Peace, muitas das retaliações à disposição do Irã — como atacar bases dos EUA, atingir o Estreito de Ormuz ou lançar mísseis sobre Israel — podem trazer consequências devastadoras até mesmo para a permanência do governo local. “Muitas dessas opções são o equivalente estratégico de um atentado suicida”, pontuou o especialista.

Mercado internacional em alerta

O mercado de energia observa com apreensão o desenrolar dos acontecimentos. O Estreito de Ormuz, por onde passa grande parte do petróleo global, poderia ser fechado caso o Irã tome medidas mais drásticas, elevando o preço da commodity a patamares superiores a US$ 120 por barril, segundo o Deutsche Bank. O conflito já está impactando diretamente o valor do petróleo e aumentando a tensão econômica internacional.

Desafios para uma resposta eficaz

O Irã, apesar de contar com forças expressivas como a Guarda Revolucionária, viu sua capacidade de acionar aliados regionais, como Síria, Hezbollah e Hamas, reduzida após recentes ataques. Além disso, há temores de que o país possa recorrer a métodos alternativos, como sequestro de reféns ou ataques cibernéticos.

Ainda assim, de acordo com o general aposentado Wesley Clark, é improvável que o Irã bloqueie totalmente o Estreito de Ormuz. A avaliação é que o regime, diante de aproximadamente 50 mil soldados americanos na região, seguirá uma postura estratégica e cuidadosa, evitando ações que possam resultar em sua ruína.

O líder supremo, Ali Khamenei, tende a adotar uma postura desafiadora, porém é reconhecido por sua prudência ao lidar com pressões externas. No atual contexto, especialistas concordam que os próximos movimentos do Irã podem decidir o futuro do regime e o equilíbrio geopolítico na região.

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