O ex-presidente Jair Bolsonaro intensificou sua atuação nas redes sociais no último domingo ao defender a necessidade de construir uma maioria conservadora no Senado Federal. Sua manifestação ocorre enquanto ele é alvo de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de tentativa de golpe de Estado.
Em publicação na qual aparece ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Bolsonaro escreveu: “Dê-me 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”. Seu posicionamento faz parte de uma estratégia para consolidar uma nova base de apoio institucional, sobretudo no Senado, casa legislativa responsável por processos e julgamentos de ministros do STF.
Segundo Bolsonaro, a principal meta do Partido Liberal (PL) para 2026 será fortalecer a presença conservadora no Senado, considerado por ele o local fundamental para reequilibrar os poderes da República.
Articulação para 2026 e embate com o Judiciário
No último sábado, o ex-presidente afirmou que recebeu de Valdemar Costa Neto, líder do PL, a missão de coordenar a formação de chapas ao Senado para as eleições de 2026. Ele vê a ampliação da bancada conservadora como um caminho essencial para, em suas palavras, “restaurar a democracia”.
Bolsonaro reforçou: “Só com força no Senado poderemos falar em democracia de verdade”, em crítica direta ao STF, que julga atualmente acusações sobre sua conduta após as eleições de 2022.
Mesmo inelegível devido a decisões anteriores da Justiça Eleitoral, Bolsonaro sinaliza que continuará atuando para influenciar o cenário político da próxima legislatura. O objetivo é conter avanços do Judiciário e retomar protagonismo político, usando o Senado como principal trincheira.
Alinhamento internacional como ferramenta de mobilização interna
Em outra frente, Bolsonaro fez publicação favorável ao ataque dos Estados Unidos contra instalações do Irã, liderado por Donald Trump. Esta manifestação, alinhada também ao apoio de Netanyahu, serve como um reforço simbólico ao seu público interno: evidencia uma postura de confronto e autoridade frente a instituições consideradas adversárias.
Apesar de parecer um movimento nas relações exteriores, o recado é destinado diretamente ao cenário político brasileiro. O ex-presidente aposta em mobilizar sua militância, tensionar os Poderes e manter vivo seu protagonismo na oposição, ao mesmo tempo em que busca pautar o debate sobre o papel do STF e a necessidade de renovação nas casas legislativas.