
Grandes bancos têm buscado equilibrar a adoção da IA generativa com a necessidade de evitar decisões impulsivas em meio ao entusiasmo pela tecnologia. Executivos alertam que, embora os ganhos de produtividade e agilidade sejam evidentes, é preciso atenção aos custos de implementação, principalmente com segurança e manutenção em nuvem.
Durante o painel do Febraban Tech, Pedro Pedrosa, diretor-executivo da Caixa, destacou a importância de utilizar a inteligência artificial de forma experimental antes de expandir projetos para toda a operação. Ele observou que o número de desistências em projetos de IA aumentou, em parte devido aos altos custos contínuos, conhecidos como finops.
A vice-presidente de negócios digitais e tecnologia do Banco do Brasil, Marisa Reghini, também ressaltou que o custo da IA ainda é elevado e acredita que o mercado passará a avaliar com mais cautela os investimentos nessa área.
Para especialistas do setor, implementar IA generativa já não significa mais um diferencial competitivo. “Hoje, se um banco não estiver utilizando IA em alguns setores, está atrasado”, afirmou Edilson Reis, CIO e diretor-executivo do Bradesco. Segundo ele, 80% das instituições financeiras nacionais já utilizam a tecnologia, com ganhos de eficiência de cerca de 11%.
Um exemplo é a assistente virtual BIA do Bradesco, que, graças à IA generativa, solucionou 85% a 90% das interações. No entanto, Reis enfatiza que os projetos devem ser escalados com responsabilidade para evitar problemas futuros.
Entre os principais desafios da IA para bancos está o aumento dos riscos de segurança e fraudes, acompanhando a evolução da tecnologia. Richard Flavio da Silva, CIO do Santander Brasil, ressaltou o uso de clones digitais por criminosos, tornando mais fácil a aplicação de golpes.