Haddad critica hostilidade no Congresso e questiona disposição de ministros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou preocupação com os recentes episódios de tumulto e desrespeito durante audiências no Congresso Nacional. Haddad destacou que a postura de alguns parlamentares, especialmente ligados à oposição, prejudica o debate público e desestimula a participação de autoridades nas discussões legislativas.

Segundo ele, situações como a ocorrida com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e agora com ele próprio, mostram um cenário em que parlamentares fazem perguntas incisivas e deixam o plenário sem ouvir as respostas dos ministros. Para Haddad, essa atitude fragiliza o diálogo entre o Executivo e o Legislativo. “Imagina se eu fizesse o oposto”, questionou.

O ministro reconheceu que os parlamentares têm compromissos, mas reforçou a importância de estarem presentes para ouvir os esclarecimentos que solicitam diretamente. Haddad afirmou ainda que a recorrência de episódios de tumulto pode prejudicar a disposição de outros ministros em comparecer ao Congresso para prestar informações relevantes ao público.

O mais recente tumulto ocorreu após uma questão de ordem apresentada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) durante uma audiência conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. A confusão, marcada por discussões acaloradas e transmissão ao vivo por redes sociais, levou ao encerramento da sessão pelo presidente Rogério Correia (PT-MG), liberando o ministro de suas obrigações naquele momento.

Em declaração à imprensa, Haddad considerou um “desrespeito muito grande” questionar um ministro e se retirar antes de ouvir suas explicações, denunciando a prática de divulgar números incorretos sobre a economia sem dar espaço para esclarecimentos. Segundo ele, o objetivo central dessas reuniões deveria ser informar corretamente a população sobre os debates em curso.

O episódio também aconteceu num momento em que o governo discute medidas alternativas para o recente decreto que elevou o IOF e planeja mudanças, como a uniformização do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras em 17,5% e alterações na tributação de títulos atualmente isentos.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *