Uma operação conjunta realizada nesta quinta-feira (26) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá, em parceria com a Unidade de Inspeção e Auditagem do Detran, desarticulou uma autoescola clandestina no norte do Paraná. Cinco pessoas foram presas sob acusação de integrarem um esquema de fraudes na obtenção e renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Mandados e prisões
Durante a ação policial, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, quatro de monitoração eletrônica, 14 de busca e apreensão domiciliar, além de ordens judiciais de afastamento de funções públicas e suspensão das atividades econômicas de uma clínica. Os alvos estavam localizados em cidades como Sarandi, Maringá, Santa Fé, Centenário do Sul, Lupionópolis, Engenheiro Beltrão, Peabiru e São Jorge do Ivaí.
Detalhes dos envolvidos
- Foram presos dois representantes de um Centro de Formação de Condutores já cassado pelo Detran, mas que seguia operando clandestinamente.
- Um despachante, também cassado pelo Detran, foi detido por continuar atuando no setor de forma irregular.
- Um médico e sua esposa foram presos em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munições. O médico trabalhava como credenciado do Detran e teve sua clínica interditada.
- Além disso, três servidores públicos ligados a Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) foram monitorados eletronicamente, juntamente com outro ex-funcionário do Ciretran de Sarandi.
Esquema de fraudes
O Ministério Público apura crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva. As investigações começaram em setembro de 2024 e se aprofundaram após a identificação de fraudes em exames de renovação de CNH e exames médicos. Os investigados captavam candidatos de outros municípios, alteravam endereços e facilitavam a obtenção da CNH, inclusive para pessoas que não tinham condições, como indivíduos com problemas de visão.
Um dos detidos já possuía quatro condenações relacionadas a crimes envolvendo o Detran e respondia a outros processos. O MP alertou que beneficiários do esquema também podem ser responsabilizados e ter suas CNHs suspensas.
As investigações continuam para desmantelar por completo o grupo e possíveis ramificações.