Casas Bahia avalia plano para converter dívida em ações e reduzir alavancagem

O Conselho de Administração da Casas Bahia está prestes a deliberar sobre uma proposta estratégica para transformar sua estrutura de capital, focada principalmente na redução do endividamento. Entre as principais medidas está a antecipação da conversão da 2ª série de debêntures da 10ª emissão em ações ordinárias da empresa. A decisão faz parte de um movimento para aliviar a alavancagem e abrir caminho para uma possível recuperação financeira.

Caso a conversão seja aprovada, cada nova ação será precificada pelo valor médio ponderado por volume dos últimos 90 dias de negociação, multiplicado por 80%. Esta solução inovadora tem potencial para reduzir substancialmente o índice de alavancagem da Casas Bahia para menos de 1,0 vez até o fim de 2026, abrindo espaço para que a companhia volte a registrar lucros em 2027 e gere caixa positivo em 2028.

Além disso, está previsto o reperfilamento das debêntures da 1ª série, totalizando R$ 1,67 bilhão, com alterações no cronograma de pagamentos e adiamento do primeiro pagamento de juros para novembro de 2027. Essas iniciativas, segundo especialistas da XP Investimentos e Genial Investimentos, são positivas para o processo de reestruturação financeira da varejista, contribuindo significativamente para a redução do risco de crédito e da dívida líquida.

Por outro lado, a conversão pode causar uma diluição relevante para os atuais acionistas, podendo chegar a até 82%. Isso pode afetar o poder de influência da família Klein, que atualmente detém cerca de 22% das ações da empresa.

Expectativas

Com a implementação do plano, a dívida bruta da Casas Bahia deve recuar de R$ 5,84 bilhões para R$ 4,27 bilhões, enquanto a dívida líquida pode cair de R$ 3,37 bilhões para R$ 1,81 bilhão. O patrimônio líquido da varejista aumentaria de R$ 2,09 bilhões para R$ 3,66 bilhões. O índice de alavancagem, atualmente em 61,8%, pode ser reduzido para 33,1%, enquanto a relação dívida líquida/EBITDA ajustado recuaria de 1,6 vez para apenas 0,8 vez.

Essas mudanças estruturais são cruciais para posicionar a Casas Bahia em um cenário mais seguro financeiramente e competitiva para os próximos anos.

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