Bernardo Gomes de Oliveira, de apenas 3 anos, morreu após ser picado por um escorpião-amarelo em Cambará, no norte do Paraná. Segundo a família da criança, Bernardo passou por três hospitais até receber o tratamento adequado, mas infelizmente não resistiu após sofrer 33 paradas cardíacas.
O acidente ocorreu quando Bernardo estava calçando os sapatos para ir à casa da avó. O primeiro atendimento foi realizado no Hospital Municipal de Cambará, onde a família foi informada da ausência do soro antiescorpiônico. Às 10h17, a criança foi transferida para a Santa Casa de Jacarezinho, cidade vizinha fundada a 20 km, mas o hospital não tinha a quantidade suficiente do antídoto.
Em seguida, Bernardo foi levado de helicóptero ao Hospital Universitário de Londrina, chegando ao local cerca de oito horas após o acidente. Apesar de receber o tratamento, sua morte foi confirmada na UTI na segunda-feira.
Tratamento inadequado e investigação
Segundo a Santa Casa de Jacarezinho, cinco ampolas do antiveneno foram aplicadas, conforme as recomendações do Ministério da Saúde para casos graves. Os pais relataram que as equipes tentaram conseguir mais antídoto, mas não tiveram retorno imediato das autoridades responsáveis. A ausência de acionamento correto à Regional de Saúde também foi destacada em nota oficial da SESA-PR, que afirmou estar investigando o caso, já que o órgão regional não foi acionado pelos hospitais, mesmo estando próximo da cidade.
Como ocorreu o acidente
De acordo com o relato dos pais, Bernardo calçava sapatos que estavam secando na mureta quando foi picado. O escorpião foi encontrado posteriormente dentro da casa, escondido sob um tapete. O bairro onde moram possui muitos terrenos vazios, fator que pode favorecer a presença de escorpiões. Após o incidente, a Secretaria de Saúde notificou o município para realizar a remoção e limpeza dos terrenos.
Alerta e prevenção
A tragédia chama atenção para a importância do acesso rápido aos soros antiofídicos e destaca a necessidade de limpeza de terrenos urbanos, especialmente em áreas novas e com mato alto, onde animais peçonhentos podem se alojar. A SESA-PR informou que mantém investigações para aprimorar o atendimento em caso de incidentes envolvendo animais venenosos.