O Brasil registrou em 2024 o maior número de casos de feminicídio desde o início da série histórica, conforme aponta o Mapa da Segurança Pública divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Quatro mulheres são mortas por dia em situações de violência doméstica, familiar ou por discriminação e menosprezo.
Foram contabilizados 1.459 casos de assassinatos de mulheres em 2024, um crescimento de 0,69% em relação a 2023. A taxa permaneceu estável: 1,34 casos para cada 100 mil mulheres. A tendência de aumento tem sido observada desde 2020.
Estados com maior crescimento de feminicídios
- Piauí: 42,86%
- Maranhão: 38%
- Paraná: 34,57%
- Amazonas: 30,43%
A Região Centro-Oeste segue com a maior taxa nacional: 1,87 feminicídios para cada 100 mil mulheres, enquanto a Região Sudeste mantém a menor taxa (1,16), mas com o maior número absoluto de vítimas: 532 registros. Rio de Janeiro e São Paulo lideram entre os municípios, com 51 casos cada.
O Ministério da Justiça destaca a importância de considerar o crescimento populacional para análise desses dados, com a população feminina passando de 107 milhões em 2020 para quase 109 milhões em 2024.
Casos de estupro também atingem recorde
Os registros de estupro chegaram ao maior patamar dos últimos cinco anos, com 83.114 ocorrências, média de 227 pessoas estupradas por dia, sendo 86% do sexo feminino. Entre 2019 e 2024, o aumento foi de 25,8%.
Em números absolutos, a Região Sudeste soma 29.007 casos, mas a taxa mais alta é da Região Norte (62,44 por 100 mil habitantes), seguida pelo Centro-Oeste (57,73). São Paulo lidera em números totais (15.989), enquanto Rondônia registra a maior taxa proporcional (87,73 por 100 mil).
Homicídios dolosos e crimes patrimoniais em queda
Enquanto feminicídios e estupros crescem, outros tipos de homicídio apresentaram queda. Homicídios dolosos caíram 6%, passando de 37.754 vítimas em 2023 para 35.365 em 2024. Latrocínios também diminuíram: de 972 vítimas em 2023 para 956 em 2024. Mortes decorrentes de ações policiais recuaram 4%.
- Roubo de carga: queda de 13,6%
- Furto de veículo: queda de 2,6%
- Roubo de veículo: queda de 6%
- Roubo a instituição financeira: queda de 22,5%
Apesar de avanços no combate a alguns tipos de crime, os dados reforçam a urgência de políticas públicas para proteção das mulheres no país.
