Uma megaoperação das polícias Civil e Militar, com apoio da Polícia Penal do Paraná, foi deflagrada na manhã desta quarta-feira na região central de Curitiba. A ação mobilizou aproximadamente 400 policiais, além do uso de helicópteros e cães farejadores, para cumprir 172 ordens judiciais, incluindo 92 mandados de prisão, 55 de busca e apreensão e 25 bloqueios de ativos financeiros.
Até o momento, 57 pessoas foram presas. Segundo as investigações, o grupo criminoso atuava nos arredores da Praça Tiradentes, Travessa Nestor de Castro, rua Trajano Reis e áreas próximas, sendo responsável pelo tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e diversos homicídios.
Estrutura e atuação da quadrilha
O inquérito, instaurado em agosto de 2024 após denúncias e aumento nas ocorrências criminais, revelou uma estrutura organizada: chefes, gerentes, operadores e responsáveis pelo setor financeiro dividiam funções; dezenas de vendedores atuavam em turnos, com metas e registros contábeis internos.
Códigos próprios eram utilizados para identificar tipos de droga, que eram frequentemente escondidas em bueiros, canos ou até mesmo na boca dos envolvidos, complicando a ação policial.
Pontos de venda e violência
A quadrilha mantinha diversos pontos de venda na região central, favorecendo o comércio em larga escala. O grupo permitia que traficantes associados usassem os pontos, mediante autorização de uma facção criminosa nacional. O domínio territorial era mantido através do uso da força e do apoio a membros detidos pela polícia.
Além do tráfico, os suspeitos estariam envolvidos em outros crimes, como homicídios, furtos, roubos e porte ilegal de armas. As movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada também indicam possível lavagem de dinheiro, inclusive por parte de beneficiários de programas sociais, que movimentavam altos valores via familiares.
Homicídios relacionados
Dentre os crimes investigados está o assassinato de Ygor Hercullles de Souza, ocorrido um dia após ele ameaçar uma equipe de TV que produzia reportagem sobre a violência local. A polícia investiga se o homicídio foi uma retaliação do grupo criminoso.
A megaoperação segue em andamento, com novas informações e prisões podendo ser realizadas a qualquer momento. Autoridades destacam que o objetivo é desarticular completamente a organização criminosa e restaurar a segurança na região central da cidade.