O inverno de 2025 começa oficialmente nesta sexta-feira, 20, às 23h42 (horário de Brasília), trazendo a expectativa de temperaturas médias mais elevadas em grande parte do Brasil. Regiões como Paraná, Sudeste e Centro-Oeste devem enfrentar os maiores desvios para cima nas temperaturas.
De acordo com Paulo Lombardi, meteorologista da Tempo OK, podem ocorrer episódios pontuais de onda de frio intensa, eventualmente alcançando até o interior do país, mas eles não devem ser frequentes nesta estação. O final do inverno tende a ser ainda mais quente, em razão de um sistema de alta pressão localizado na costa das regiões Sul e Sudeste.
Mapas meteorológicos destacam que o predomínio será de temperaturas acima ou até muito acima da média em praticamente todas as grandes regiões: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e partes do Norte. O inverno também será caracterizado por períodos mais secos no Sudeste e Centro-Oeste, aumentando o alerta para queimadas e cuidados com a saúde.
Apesar do calor, seguem previstas algumas ondas de frio mais rígidas, especialmente em pontos como sul de Minas Gerais, São Paulo e centro-sul de Mato Grosso do Sul, áreas com maior risco de geadas durante as eventuais incursões de ar polar. Pontualmente, o frio pode avançar até mesmo para Rondônia, Acre e sul do Amazonas, causando o fenômeno chamado friagem.
Em contraste, localidades como Roraima, extremo Norte do Amazonas e costa leste do Nordeste, incluindo Natal até o sul da Bahia, devem enfrentar excesso de chuvas, com riscos associados como enchentes e deslizamentos. A previsão da Tempo OK indica maior incidência de precipitação ao longo do inverno no Norte, Nordeste e parte do Sul.
Sem influência do El Niño e da La Niña
Para este ano, a neutralidade predomina no cenário climático do Hemisfério Sul, sem influência dos fenômenos El Niño ou La Niña. A temperatura do mar no Pacífico Equatorial deverá permanecer próxima à média, trazendo uma estação mais alinhada aos padrões históricos climatológicos.
Balanço do outono
O outono de 2025 foi marcado pela transição para neutralidade climática. Março registrou chuvas abaixo do normal na maior parte do país, com exceção do Pará, áreas do Amazonas e Roraima. Em abril, choveu menos que o esperado no Norte, Nordeste e Sul, enquanto o Centro-Oeste e Sudeste tiveram precipitação acima da média devido a instabilidades regionais.
Maio manteve o padrão neutro no Pacífico. As chuvas ficaram bem abaixo da média em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul e litoral do Nordeste, que foram mais beneficiados. O mês mais frio do outono foi abril, pela nebulosidade no Centro-Sul, e maio se destacou pelo calor e baixa umidade.
Duas ondas de frio marcaram o outono: ao final de maio, uma frente fria trouxe a primeira neve do ano no Sul, transformando cidades do Rio Grande do Sul. Em junho, uma segunda onda de frio, mais prolongada, estabeleceu novos recordes de temperatura baixa em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Assim, o inverno de 2025 deve ser predominantemente quente, com episódios localizados de frio intenso, chuvas acima da média em algumas áreas e predominância do tempo seco no Centro-Sul do país.
