O Brasil passa por um rápido envelhecimento populacional e, com isso, cresce também a preocupação com a qualidade de vida na terceira idade. Segundo o Censo 2022, já são mais de 22 milhões de brasileiros com 65 anos ou mais, um aumento de quase 60% em apenas 12 anos. Esse novo cenário traz a necessidade de atenção e conscientização sobre cuidados físicos e mentais, especialmente durante o junho roxo, mês dedicado ao combate à violência contra a pessoa idosa.
O envelhecimento reduz a lubrificação das articulações e a elasticidade muscular, mas o movimento é essencial para reverter esse quadro. Especialistas recomendam a prática regular de exercícios físicos como estratégia fundamental para manter a mobilidade, a independência e a saúde de idosos, prevenindo doenças e reduzindo riscos de quedas e problemas cognitivos.
Dados da plataforma Tecnofit mostram que a presença de idosos em academias cresceu mais de 57%. A musculação, por exemplo, é importante para combater a sarcopenia, condição caracterizada pela perda de massa e força muscular. Começar a se exercitar cedo contribui para criar uma ‘reserva muscular’ indispensável à longevidade.
Além do corpo, a atividade física traz benefícios diretos para o cérebro. Estudos científicos vinculam o sedentarismo ao risco de desenvolver demências, enquanto manter-se ativo pode prevenir até 40% dos casos. Também é comprovado que fortalecer a musculatura das pernas favorece a circulação e protege o cérebro de doenças neurodegenerativas.
Segurança em primeiro lugar
Mesmo com todos os benefícios, o treino na maturidade deve ser cercado de cuidados. Avaliação prévia, acompanhamento profissional, monitoramento da frequência cardíaca e uma progressão gradativa dos exercícios são recomendados pelos especialistas para garantir treino seguro e resultados eficazes. Para quem quer alternativas acessíveis, o pilates se destaca por trabalhar flexibilidade e equilíbrio, podendo ser adaptado para a prática em casa e resultando em ganhos importantes de mobilidade em poucas semanas.
Prevenção da violência contra idosos
O junho roxo também destaca um problema ainda silencioso: a violência contra a pessoa idosa. Muitas vezes praticado por familiares ou cuidadores, esse tipo de violência pode ser física, psicológica, financeira ou institucional. Atenção a sinais como lesões, retraimento ou descuido com higiene são fundamentais. O Disque 100 e outras plataformas digitais podem ser acionados para denúncias e acolhimento.
Mais do que combater a fragilidade, exercícios físicos e autocuidado promovem autonomia, autoestima e um envelhecimento com mais saúde e proteção.