Exame de sangue pode prever envelhecimento e expectativa de vida, diz estudo

Um novo estudo revela que um simples exame de sangue pode indicar como você vai envelhecer e estimar sua expectativa de vida. A pesquisa avaliou a chamada capacidade intrínseca (CI), definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o conjunto das capacidades físicas e mentais disponíveis de uma pessoa ao longo dos anos.

Publicado na revista Nature Aging, o estudo aponta que a medição da metilação do DNA em amostras de sangue é eficiente para prever o risco de mortalidade por todas as causas. O processo de metilação ativa e desativa genes e se altera de acordo com mutações e fatores ambientais, sendo associado a diversas doenças quando apresenta padrões atípicos.

Os cientistas investigaram dados de 1.014 pessoas entre 20 e 102 anos, desenvolvendo um escore de capacidade intrínseca com base em cinco áreas de declínio relacionadas à idade: cognição, locomoção, sentidos, saúde psicológica e vitalidade. Eles relacionaram esses dados com padrões de metilação identificados em sangue e saliva.

Com essas informações, foi criado um chamado “relógio epigenético” da capacidade intrínseca (DNAm IC), que permite associar o envelhecimento saudável a diferentes marcadores clínicos. Indivíduos com DNAm IC elevado tinham melhor função pulmonar, caminham mais rápido, possuíam maior densidade óssea e melhor autoavaliação da saúde, além de expectativa de vida superior em média a 5,5 anos em comparação aos de menor pontuação.

Segundo o Dr. Thomas M. Holland, pesquisador do RUSH Institute for Healthy Aging, o exame é uma ferramenta promissora e de fácil aplicação, podendo ser realizado em amostras de sangue ou saliva de modo acessível e não invasivo. “Ele nos mostra não apenas quantos anos temos, mas como estamos envelhecendo, o que pode orientar ações preventivas”, explicou.

Resultados do teste indicam que alta capacidade intrínseca está associada a melhor imunidade, menor inflamação crônica e risco reduzido de doenças relacionadas à idade, como hipertensão, insuficiência cardíaca e AVC.

Além disso, o trabalho destaca fatores de estilo de vida capazes de melhorar o DNAm IC, como consumo frequente de peixes ricos em ômega 3 e ingestão controlada de açúcar, limitada a até 5% das calorias diárias, segundo recomendações internacionais.

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